“O Fayal Sport Club, o Atlético Clube da Horta e o Sporting Club da Horta são três clubes de futebol da ilha do Faial, nos Açores, Portugal. Todos eles disputam o Campeonato dos Açores, uma competição regional de futebol que inclui os clubes da ilha do Faial.
O Fayal Sport Club é o maior vencedor do campeonato, com 21 títulos, enquanto o Sporting Club da Horta tem 10 títulos e o Atlético Clube da Horta tem 7 títulos. Além disso, todos os três clubes também disputam outras competições nacionais e internacionais, como a Taça de Portugal e a Taça da Liga.
A rivalidade entre os três clubes é bastante forte, especialmente entre o Fayal Sport Club e o Sporting Club da Horta, que são os dois clubes mais antigos e mais bem-sucedidos da ilha do Faial. A rivalidade entre eles é conhecida como a "derby" da ilha do Faial e é um dos mais emblemáticos da região dos Açores. (…)”
“Uma das partidas mais famosas entre o Fayal Sport Club e o Sporting Club da Horta ocorreu em 1976, quando os dois clubes se enfrentaram na final da Taça de Portugal. Na época, o Fayal Sport Club era o atual campeão nacional e o Sporting Club da Horta era o vice-campeão. A final foi disputada em duas partidas, sendo a primeira em casa do Fayal Sport Club e a segunda em casa do Sporting Club da Horta.
Na primeira partida, o Fayal Sport Club venceu por 3 a 0, mas na segunda partida o Sporting Club da Horta conseguiu uma vitória por 2 a 1, levando a decisão da taça para os pênaltis. No final, o Fayal Sport Club conseguiu a vitória por 5 a 4 e levantou a taça pela primeira vez na sua história. Essa partida ficou conhecida como a "final dos Açores" e é lembrada como um dos momentos mais importantes da rivalidade entre os dois clubes.
Outro fato interessante a respeito dessa rivalidade é que, apesar de serem rivais esportivos, os jogadores e as torcidas dos três clubes da ilha do Faial costumam ter uma relação amigável fora de campo. Isso é comum em muitas rivalidades esportivas, onde os jogadores e as torcidas dos clubes rivais se respeitam e mantêm uma relação cordial fora do esporte.”
O que acabou de ler resulta, respetivamente e estritamente, destas perguntas feitas por mim a um sistema de Inteligência Artificial (IA) denominado ChatGPT: “Por favor, disserte sobre a relação entre o Fayal Sport Club, o Atlético e o Sporting Club da Horta.” e “Há algum facto interessante a realçar nesta rivalidade?”
Quero realçar que as respostas foram-me dadas sem qualquer antecedente. Não mencionei anteriormente “Futebol”, “Portugal”, “Açores”, “Atlético Clube da Horta”, nada. A única informação que o sistema de IA recebeu da minha parte foram as exatas palavras que estão nas perguntas.
As respostas, dadas em português do Brasil, baseiam-se em factos que eu não dei ao sistema. Ou seja, o sistema conseguiu encontrar informação sobre o contexto geográfico do Faial nos Açores e em Portugal e as respostas foram-me dadas de forma estruturada, inteligível e razoavelmente bem escritas. No entanto, incluem informações erradas, como o nome completo do Atlético (que é “Angústias Atlético Clube”), as provas e os títulos e culmina na criação delirante da “final dos Açores”. Portanto, a máquina conseguiu obter informação de base, mas completou passando da informação à mentira e, finalmente, da mentira ao delírio.
Confrontei o sistema de IA com a sua falha, insistindo de forma assertiva: “Mas a "final dos Açores" nunca existiu. Você inventou!” A resposta da máquina foi desconcertante. “O erro na informação sobre a "final dos Açores" ocorreu porque eu me enganei ao fornecer a informação. Isso pode ter acontecido porque eu interpretei incorretamente a pergunta ou porque minhas fontes de treinamento incluíram dados incorretos. Como um modelo de linguagem, eu não tenho a intenção de inventar informações ou lhe fornecer informações incorretas.”
Tanto por razões profissionais como por razões pessoais, interessam-me muito os sistemas de IA, ou seja, sistemas informáticos que, com alguma informação de base e interação, podem aprender por si próprios. Há diversas grandes empresas que utilizam IA nos seus sistemas de comunicação com o público e compreendo que, tendencialmente, a sua presença ir-se-á intensificar dada a capacidade que têm para manusear e gerir grandes quantidades de informação.
Não me vou alongar nos detalhes das restantes perguntas e respostas da conversa com o ChatGPT, até porque não caberiam neste espaço. Aquilo que quero enfatizar é que este sistema de IA, neste momento, não tem fronteiras éticas definidas para reconhecer a importância da diferença entre a verdade e a mentira. Se não tem a capacidade para entender a importância da diferença entre a verdade e a mentira, na minha opinião, não terá capacidade para distinguir a importância da diferença entre o bem e o mal. Isso é um alerta quanto à utilização destes instrumentos em temas realmente relevantes no curto prazo.
Uma última curiosidade, o título deste artigo foi estabelecido em conjunto entre mim e o ChatGPT. Dei-lhe o artigo a ler e ele propôs o título, imagine-se!? A primeira parte do título é dele. Eu propus a segunda parte e o sistema de IA aceitou porque “pode ser atraente para os leitores interessados em futebol ou nas rivalidades esportivas”.
Frederico Cardigos é biólogo-marinho no Eurostat. As opiniões manifestadas neste artigo são totalmente pessoais e podem não coincidir com a posição oficial da Comissão Europeia.
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