(Introdução)
A lagosta-castanha (Palinurus elephas) é uma das mais de 30 mil espécies de crustáceos descritas e uma das mais de 1 milhão de espécies de artrópodes existentes. Apesar de “diluída neste mar de espécies”, a sua dimensão, o exotismo e... o sabor tornam-na alvo de atenção especial por parte do mergulhador e do caçador submarino.
Identificação
Este animal possui um esqueleto exterior rijo (exosqueleto) e numa peça, a carapaça, une o cefalotórax. Esta carapaça, de forma aproximadamente cilíndrica, possui diversos espinhos. O abdómen é articulado e termina numa peça de nome telson ladeado por urópodes. Possui, na parte anterior da carapaça, duas longas antenas frontais semelhantes a chicotes. Possui cornos (em biologia não é uma grosseria dizer “cornos”) de forma triangular, localizados na parte anterior do corpo, que são separados por um espaço denticular no bordo interno. Estes cornos servem de armadura de protecção em relação aos olhos. O rostro é mediano, rudimentar, de pequenas dimensões. O quinto par de patas lo
Na Europa dificilmente poderá confundir a lagosta
O seu
A alimentação é variada, incluindo algas, esponjas, briozoários, anelídeos (poliquetas), moluscos, ouriços, crustáceos e, excepcionalmente, peixes. A lagosta pode alimentar-se de bivalves, conseguindo quebrar as suas conchas. Também não desprezam a alimento morto (o que é utilizado pelos pescadores para as atraírem).
Várias espécies de peixes (
Ciclo de vida
A dimensão a que atinge a maturidade sexual é dependente da latitude. Quanto mais para norte mais tarde se atinge a primeira maturação (há registos de animais maturos aos 21 cm em latitudes baixas e animais a atingir a maturidade sexual aos 35 cm, nas latitudes mais elevadas. Normalmente, uma fêmea matura terá pelo menos seis anos. O acasalamento dá-se no Verão, seguido da postura pouco tempo depois. A fecundidade das fêmeas é dependente do seu
A postura dá-se a seguir a uma muda do exosqueleto e as fêmeas não voltam a mudar até que os ovos tenham eclodido. Estes permanecem fixos aos apêndices abdominais durante a fase de incubação. As fêmeas no Atlântico estão ovadas entre Outubro e Março. A duração da incubação é dependente da temperatura da água. Nas latitudes mais baixas, a incubação dura 5 meses e nas águas de temperaturas menos elevadas poderá durar 9 meses. As larvas resultantes da eclosão, têm o nome de Filossomas, possuem 3 milímetros e são pelágicas planctónicas. Os animais passam à forma pós-larvar passado entre os 6 meses a um ano. Apesar de parecer muito longo, o período larvar de Palinurus elephas é um dos mais curtos da família Palinuridae, havendo espécies
O crescimento, nas fases juvenil e adulto, é mais lento e o macho cresce mais rapidamente que a fêmea. Por exemplo, para um macho atingir um peso de 500 g terá de ter cerca de cinco anos, enquanto uma fêmea precisa de 6 anos. Tem uma grande longevidade, podendo atingir uma idade estimada em 14 anos. As mudas dão-se
O crescimento lento,
Distribuição
É uma espécie demersal, que prefere os substractos rochosos
É um animal considerado emblemático no Mediterrâneo (mais
Medidas de gestão e protecção
A elevada exploração desta espécie tem conduzido a uma redução dos mananciais. De forma a gerir as populações de uma forma sustentável, está dado um tamanho
Noutros países, para além das medidas aplicadas em Portugal, foram ainda criadas Áreas Marinhas Protegidas direccionadas para a protecção desta espécie. Há países,
Em termos de esforços conjuntos para a protecção internacional desta espécie, ela encontra-se referida na Convenção de Barcelona.
Para que estas medidas de gestão possam ser eficientes, é necessário que haja um total respeito pelas mesmas, que se utilizem métodos de captura selectiva e que as capturas sejam registadas em lota.
Infelizmente, em Portugal um dos métodos utilizado para capturar esta espécie é a rede de emalhar de longo período. O processo de captura inclui deixar a rede de emalhar apanhar peixe, esperar que este apodreça e assim atrair as lagostas que acabam por ficar emalhadas. Esta arte é considerada lesiva do ambiente. O melhor método para capturar a lagosta, considerado o mais selectivo e o menos impactante, é a pesca por cofre.
Conclusão
Independentemente do valor
Para saber mais:
Taxonomia:
Filo Arthropoda
Classe Crustacea
Ordem Decapoda
Família Palinuridae
Género Palinurus
Espécie Palinurus elephas (Fabricius, 1787)
Nomes da lagosta no mundo:
Português Lagosta;
Espanha langosta
Otarrain (Basco);
Inglês Common spiny lobster (Inglaterra), Crayfish (Irlanda);
Francês langouste rouge (FAO), langouste
Alemão Langusten
Italiano Aragosta
Grego Astakós
Turco Börek
Pequeno glossário:
Morfologia tratado ou estudo da forma exterior que a matéria ou os seres vivos podem tomar (in Diciopédia 2002, Porto Editora, Lda.)
Muda Substituição periódica do exosqueleto efectuada periodicamente pelos crustáceos. Com o aumento da idade e consequente diminuição da taxa de crescimento, o período entre mudas aumenta.
Necton Animais que vivem na coluna de água, mas que conseguem superar o movimento geral das correntes.
Plâncton Animais e algas que vivem na coluna de água e derivam sem conseguir contrariar o movimento longitudinal das correntes. Alguns deles possuem a capacidade de executar movimentos verticais de grande amplitude (tipicamente diários).
Rostro parte anterior da carapaça.
Páginas Internet:
http://www.mnhn.fr/mnhn/bimm/protection/fr/Especes/Fiches/Palinuruselephas.html Dados interessantes sobre a lagosta na perspectiva francesa.
http://vm.cfsan.fda.gov/%7Edms/qa-ind5k.html Dados interessantes sobre a lagosta na perspectiva norte-americana.
http://www.mermaid1.demon.co.uk/body_crustaceans.htm Vários crustáceos em
http://www.itsligo.ie/biomar/crustace/PALELE.HTM
http://marenostrum.org/vidamarina/animalia/invertebrados/crustaceos/langosta/
http://www.carm.es/cma/dgmn/mnatural/litoral/especies/crustace/palinuru.htm
http://www.geocities.com/ruipatriciof/lobsters/
Bibliografia
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Morton, B., J.C. Britton & A.M.F. Martins 1998. Ecologia Costeira dos Açores. Sociedade Afonso Chaves, Ponta Delgada. 249p. Este livro transmite valiosos conhecimentos sobre o funcionamento dos ecossistemas costeiros dos Açores. Obrigatório na preparação de estudos sobre ecologia na zona entre o supralitoral e o infralitoral dos Açores.
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Wirtz, P. 1995. Unterwasserführer:
Agradecimentos
Agradecimento aos colegas
Biografia
Leia o artigo completo, incluindo ver as fotografias em:
http://www.horta.uac.pt/Projectos/MSubmerso/old/200312/Palinurus.htm