"Se as opções em termos de ambiente não forem razoáveis agora, serão trágicas no futuro" e "se tivermos um poder político fraco, susceptível de navegar ao sabor de pressões, teremos más decisões" afirmou o nosso Presidente da República numa recente visita a Alcochete ao verificar alguns investimentos no mínimo discutíveis em termos de impacto ambiental. De facto, esta é a grande opção a curto e médio prazo e que terá consequências inalteráveis a médio e longo prazo. As decisões estão nas nossas mãos. A responsabilidade final não é do investidor corrupto, não é do presidente da Câmara audaz, é nossa! Está nas nossas mãos a capacidade de denunciar as situações menos claras. Nós somos todos responsáveis! Temos de nos integrar nas Organizações Não Governamentais para o Ambiente e defender o que resta.
Já o referi várias vezes e alerto outra novamente, que é urgente avançar no ordenamento participado de Áreas Marinhas Protegidas! Não percebo muito do resto do mundo, mas sei que em Portugal as pescarias estão em colapso, apesar de alguns esgares, qual semi-defunto, sei que a qualidade dos efluentes continua a não ter a qualidade desejável, sei que o ordenamento litoral está a ser mal gerido. Tudo isto tem consequências.
Em Alcochete o nosso Presidente referiu ainda que o país tem de ultrapassar a "terrível e tradicional propensão para a quezília mesquinha e paralisante", ou seja, e aproveitando as suas palavras: chega de chutarmos as culpas de uns para os outros; temos de passar à acção! Porque “as razões fundamentais de muitos adiamentos em matéria destes temas é que eles não têm urgência, à vista de outros". Teremos de ser nós, os mais esclarecidos e os mais apaixonados pelo ambiente, a colocá-lo no calendário político.
Não podia concordar mais
Apesar de operar alguns dos melhores instrumentos para exploração marinha
Voltando a Portugal. Peguemos nos mais reconhecidos cientistas portugueses da actualidade: António Damásio e João Magueijo. Verifiquemos onde vivem? Estados Unidos da América e Reino Unido. Portugal, ao mais alto nível, já entendeu que o caminho que está ser seguido é errado. As boas notícias são que apenas falta mudar o resto!
Nota: algumas das referências e citações feitas neste artigo resultam de notícias publicadas no jornal Público, podem ser consultadas em:
http://jornal.publico.pt/2004/01/28/Sociedade/S15.html
http://jornal.publico.pt/2004/01/28/Sociedade/S15CX02.html
http://jornal.publico.pt/2004/01/30/Ciencias/H01.html
e na Revista Time de 19 de Janeiro de 2004, pág. 32-39.
Publicado na coluna "Casa-Alugada"