Entrevista ao Director Regional dos Assuntos do Mar, aquando da visita à Maia e às obras de requalificação da orla de São Lourenço no dia 2 de Fevereiro.
- Qual o motivo da sua visita a Santa Maria?
A presente deslocação a Santa Maria justificou-se principalmente pela necessidade de verificar o ponto de situação da erosão costeira na Maia. Também considerámos importante verificar o andamento das obras na Baía de São Lourenço. Adicionalmente, e calhando a vinda no Dia Mundial das Zonas Húmidas, aproveitou-se para fazer uma acção de sensibilização sobre uma das doze áreas dos Açores classificadas como área Ramsar, o Complexo dos Ilhéus das Formigas e Recife Dollabarat. Também há reuniões previstas com algumas entidades privadas, que assim o solicitaram, e haverá uma reunião com a equipe local da RACA (Rede de Arrojamentos de Cetáceos dos Açores).
- Como estão a correr as obras de requalificação da Baía de São Lourenço e quais as alterações ao projecto inicial?
Dentro de todas as idiossincrasias que caracterizam as obras, principalmente as marítimas, já que nunca se sabe muito bem como as soluções técnicas se adaptam às características específicas da dinâmica do mar em conjunto com a topografia costeira, a obra tem corrido bem. É evidente que alguns dos eventos do último Inverno não eram esperados nem desejados, mas estão dentro da normalidade deste tipo de obras.
Em relação ao projecto inicial, as únicas grandes alterações prendem-se com a não construção da casa de apoio ao portinho e a decisão de recuperar a foz da Ribeira dos Folgados, identificada como essencial para a robustez da intervenção.
- A memória descritiva da obra refere-se a um complexo de piscinas naturais e à construção de um edifício integrado abaixo do nível da estrada para apoio às piscinas naturais. Que piscinas estão previstas no projecto?
O que está previsto é fazer uma pequena alteração topográfica, aproveitando as acessibilidades geradas pela obra e necessidade de harmonização com o edifício de apoio, sendo as questões balneares detalhes de responsabilidade camarária.
- Sabemos que São Lourenço tem problemas graves de saneamento básico. O que está previsto no projecto, nesta matéria?
O projecto está a ser compatibilizado com as intenções municipais sobre essa temática. É preciso não esquecer que a competência da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar é proteger e valorizar o litoral, sendo as competências do saneamento básico da responsabilidade da edilidade. De qualquer forma, os trabalhos conjuntos têm corrido bem e, certamente, a solução implementada no projecto de protecção costeira não afectará a intenção de saneamento básico da Câmara Municipal.
- Para quando o final da obra?
Não há alteração em relação à data prevista para a finalização da obra. Portanto, no final do Verão de 2011 deverá estar concluída.
- As chuvas abundantes que cairam na ilha o ano passado agravaram os problemas da orla costeira do lugar da Maia, e existem zonas onde as derrocadas estão eminentes. Estão previstas intervenções do Governo Regional nestas zonas da orla costeira?
Sim. Já lançamos as cartas convite para a elaboração do projecto. Aguardamos propostas. No entanto, era necessário vir a Santa Maria para, no local e em conjunto com os técnicos dos Serviços de Ambiente, verificar se há alterações que exijam novas abordagens complementares.
Aproveito para voltar a informar que a situação na Maia é preocupante e, por isso, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, através da Direcção Regional do Ambiente, instalou uma estação de monitorização meteorológica e equipamentos de verificação de deslizamentos para, em conjunto com o Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores, efectuar um permanente acompanhamento da situação.
Sem comentários:
Enviar um comentário