Foto: Rita Gago da Câmara SIARAM
Tive a oportunidade de visitar o Vaivém do Oceanário deLisboa quando este esteve na Ilha de Santa Maria. Como não podia deixar de ser,
para não ocupar tempo inútil aos técnicos do Oceanário, a minha visita foi
integrada numa visita normal. Assim, tive a sorte de acompanhar os residentes
no Retiro de Santa Maria Madalena de Vila do Porto. Fiquei muito impressionado
pela energia com que aqueles cidadãos seniores participaram na visita e, pelo
que me pareceu, se empenham na vida.
Ao meu lado sentou-se uma senhora que não estava nada
contente com o facto da técnica do Oceanário insistir que os animais mais
pequenos não deviam ser consumidos. Dizia ela, “mas são tão saborosos…” A
contragosto, lá entrou no exercício que era proposto e identificou, de acordo
com as medidas mínimas de captura, que animais deveriam ou não servir de
repasto. Depois da explicação técnica, penso que ficou mais convencida e, quem
sabe, mesmo com o entusiasmo suficiente para vir a utilizar a régua de medição que
foi oferecida a cada um de nós.
A visita do Vaivém do Oceanário à Ilha de Santa Maria foi
uma das mais de cem atividades que integraram o “Açores Entre Mares de 2012”.
Este programa pretende dar uma visibilidade muito especial às atividades
marinhas que se realizam entre o Dia Europeu do Mar (20 de Maio) e o DiaMundial dos Oceanos (8 de Junho), que se celebra hoje.
No caso particular daquele evento, o Vaivém do Oceanário
veio até aos Açores porque os Jovens Naturalistas de Santa Maria, uma
associação fundada pelo Sr. Dalberto Pombo, conseguiu cativar os responsáveis
pelo Oceanário e os restantes parceiros necessários. Integraram a atividade no
espírito do período Entre-Mares e foi um sucesso nas ilhas de Santa Maria e SãoMiguel.
Em cada ilha, de acordo com a necessidade ou com a apetência
de cada uma, as atividades foram-se sucedendo num crescendo de empenho e de entusiasmo.
No final, que hoje se regista, pensamos que o duplo objetivo foi cumprido:
sensibilização e mobilização. Sensibilização
para o valor e delicadeza que o mar tem e mobilização para que zelemos
ativamente pela sua salubridade e para que o utilizemos sustentavelmente.
Em Dia Mundial dos Oceanos, o meu desejo é que o espírito
que tomou conta dos Açores enquanto Entre-Mares se celebrou se prolongue pelo
resto do ano. Desta forma discreta, empenhada e consequente, em que as pessoas
vão pensando no gigante azul que ali está ao lado como um ser sensível,
fascinante, útil e gerador de atividades que podem dar lucro e, ao mesmo tempo,
preencher-nos enquanto homens e aventureiros.
No nosso mar há muitos mais poemas por escrever do que
aqueles que já sobre ele foram escritos e há muito mais regatas para partir do
que aquelas que já terminaram. Esta abordagem serve para todas as temáticas
marinhas e marítimas, desde a ciência à economia.
Que a postura participativa e dinâmica do Entre-Mares se
estenda dos milhares de pessoas que participaram a todos os cidadãos açorianos.
Haja imaginação e empenho e o Mar dos Açores ainda terá muitas surpresas para
nos mostrar…
Governo, Autarquias, Associações Não-Governamentais,
Autoridade Marítima, Escolas de todos os graus e tipos de ensino, assumiram
numas atividades o papel de organizadores, noutras de colaboradores, noutras de
apoiantes e noutras ainda de participantes. Foi, mais uma vez, um período
enriquecedor e que nos deixa já cheios de saudades do ano que vem.
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