Foto de Campanha do Partido Socialista na Ilha do Faial.
Foto: F. Cardigos.
Sou de esquerda desde que me lembro. A memória mais antiga
que consigo datar é a do dia primeiro de maio de 1974. A manifestação de
Lisboa, a esperança misturada com o caos e as cores garridas dos cravos
fixaram-se indelevelmente na minha mente. Com o tempo, fui sentindo que, para
mim, mais importante do que privilegiar o sucesso individual, eram os valores
como a solidariedade e a fraternidade. Em suma, para mim, a direita não é uma
opção, embora respeite os meus muitos amigos que preferem esses caminhos.
Outra das paixões que me motiva é o mar. Adoro a água salgada,
a geologia que a suporta e, principalmente, vida que contém. Mais do que outros
mares, gosto do mar dos Açores. Gosto do esverdeado com que a água fica no meio
da Primavera, e tenho dúvidas que possa haver muitas coisas melhores do que o
azul transparente das águas açorianas durante o Verão. Tal como raras pessoas,
um dos meus passatempos é ver fotografias de animais marinhos, tentando
adivinhar os seus nomes e dissertar sobre as suas características. Ultimamente,
tenho-me ocupado também na tentativa de encontrar novas formas de utilização
sustentável do nosso oceano.
Portanto, um partido que queira o meu voto tem de unir
valores de esquerda às preocupações com o domínio marinho. Parece-me claro que
apenas um dos concorrentes às presentes eleições regionais une de forma
perfeita as duas condicionantes. O candidato Vasco Cordeiro tem defendido
ferreamente o nosso mar. Agrada-me!
Para além disto, como muitos saberão, trabalho no Governo
Regional e sinto-me ligado a alguns dos resultados obtidos nos últimos anos.
Claro que não sou responsável por nada de especial, mas vou ajudando…
Sendo coerente com a estrutura ideológica e estratégica, estando
satisfeito com os resultados anteriores e sendo solidário com os objetivos
futuros, envolvi-me naturalmente na presente campanha eleitoral. Nas diferentes
ações fui descobrindo um Faial que não é tão sorridente como poderíamos esperar
olhando ao de leve. A convite dos seus locatários, entrei em algumas casas que
transparecem necessidades evidentes. A vida não é fácil para todos e isso
apenas reforça a importância das opções de esquerda.
Ao mesmo tempo, fui descobrindo o lado humano desta lista candidata
pelo Partido Socialista. Tenho a partilhar que foi uma muito agradável
surpresa. Não vi qualquer individualismo, tirando o inerente aos momentos mais
galvanizados ou o necessário para dar ênfase aos elementos que têm maior
probabilidade de ser eleitos e, portanto, com maior responsabilidade.
Para além dos diretamente interessados, os candidatos, o
Partido Socialista tem a sorte de ter uma equipa paralela de gente abnegada e
interessada. Estes entusiastas, cada um de sua forma, aparecem e trabalham!
Gostei muito do que vi.
A escolha responsável exige ler os manifestos das diversas
forças políticas concorrentes. Tenho a certeza que, quem o fizer, encontrará uma
clara diferença entre os diferentes partidos, o que facilitará a escolha de dia
14.
Ao contrário de outras eleições, em que muitas vezes tive
uma sensação de opção pelo mal menor, este ano estou harmonicamente convencido
que o Partido Socialista não tem apenas o melhor candidato a Presidente; O
Partido Socialista tem também a melhor lista de ilha e os melhores manifestos.
Dada a diferenciação pela positiva, até para que nas próximas eleições os
partidos concorrentes tenham maior cuidado e empenho, temos agora a
oportunidade de dar uma grande vitória à esquerda moderada dos Açores.
Claro que este é o meu manifesto, mas independentemente de
em quem votar, vote! A democracia exige participação e essa começa em si!
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