Para que fique claro, deixem-me que vos diga que sou apoiante da candidatura do José Decq Mota. Agora que já perceberam que têm de ler as linhas abaixo com o respectivo desconto, vou propôr um método em seis passos para ajudar os mais indecisos a optar.
Primeiro passo: Terá de ser pró-activo. Deverá deslocar-se às sedes de candidatura de cada uma das listas concorrentes e pedir um programa específico para a Ilha do Faial. Eu consegui obter cópias dos programas da CDU (obviamente), da Coligação Açores, do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda.
Segundo passo: Antes de começar a ler os programas deverá fazer uma listagem das coisas que considera importantes para si e para o Faial, visto que estamos a eleger os deputados que representarão a ilha do Faial. Feito isto, deverá procurar em que programas são correspondidas as suas pretensões. Para hierarquizar, deverá fazer um somatório das respostas positivas em cada um dos programas.
No meu caso escolhi as prioridades: 1) Ambiente, 2) Parque Marinho Faial-Pico, 3) Saneamento básico, 4) Departamento de Oceanografia e Pescas – estrutura, 5) DOP – pessoal, 6) Cultura – Hortaludus, 7) Saúde – Medicina hiperbárica, 8) Estradas, 9) Pescas. Claro que a candidatura que apoio é aquela que corresponde de forma mais adequada às prioridades que estabeleci. Mas é apenas o meu caso, cada um deverá estabelecer as prioridades que considerar adequadas. As candidaturas que responderem a todas as suas solicitações recebem 3 pontos, as que corresponderem a muitas das suas aspirações recebem 2 pontos, as que corresponderem a algumas das suas solicitações recebem 1 ponto, os que não corresponderem a nenhuma das suas aspirações recebem 0 pontos.
Terceiro passo: A outro nível, deverá analisar as prestações dos candidatos que são neste momento deputados. Hierarquize as prestações dos últimos quatro anos como positivas ou negativas. As candidaturas cujos os deputados tiveram uma prestação positiva recebem um ponto, os que tiveram uma prestação negativa recebem zero pontos, As candidaturas que nunca tiveram deputados merecem o benefício da dúvida e, portanto, levam 1 ponto.
Quarto passo: Filosofia. Aqui é que a coisa é mais complicada. Tenho a dizer que candidatura que apoio não ganhou este ponto. De facto deverá atribuir 1 ponto às candidaturas cuja filosofia e prática inerente aos partidos em causa corresponda às suas preferências ideológicas. Em eleições nacionais este passo teria muita importância, mas a nível regional recebem 1 ponto as candidaturas que corresponderem às suas convicções políticas-partidárias e 0 as restantes.
Quinto passo: Aqui deverá avaliar o mérito de campanha das candidaturas. Avaliará o empenho, a solicitude e a honestidade transparente. Pense nos candidatos que correspondem a cada uma das listas e tente lembrar-se onde os viu e a fazer o quê? Tentaram esclarecê-lo? Falaram bem? Recebem um ponto os que lhe pareceram bem e zero pontos os que lhe pareceram mal.
Sexto passo: Some todas estas quatro parcelas e veja qual poderia ser o seu voto. Claro que a seguir utilize o seu discernimento, que é muito melhor que a minha metodologia, e opte pelo que a sua consciência lhe indicar. O importante é mesmo votar. Bom voto!
O Telégrafo Morreu
Achei que era importante registar que “Telégrafo” acabou. Isto sabe-me a heresia, mas é verdade. Foi impressa a última edição do jornal “Telégrafo”. Cento e doze anos depois da primeira edição, o “Telégrafo” acabou. Se houver mais pessoas incomodadas, como eu, que se manifestem. Talvez os irmãos Gonçalves reconsiderem e tragam o velhinho “O Telégrafo” de volta (com ou sem “O”). Apenas para reforçar esta ideia deixem-me que vos diga que, na minha mui modesta opinião, das poucas coisas que estavam certas naquele matutino da cidade da Horta era precisamente o nome. O Telégrafo morreu, viva o Telégrafo!
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