segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu é que perdi as eleições!

Nalguns círculos, plenos de originalidade, há quem defenda que perdeu as eleições. É mais uma forma de alimentar conversas e provar que, da mesma forma que alguns políticos consideram que ganham sempre, é possível provar a tese oposta. Hoje em dia a interpretação dos resultados eleitorais é tão versátil que, literalmente, todos podem ganhar. Assim, assistimos a declarações do tipo “Obtivemos o maior número de Câmaras”, “Ganhei em Ponta Delgada”, “Não descemos tanto como esperávamos o que é uma enorme vitória” ou “Eu ganhei na rua onde a minha avó nasceu”… Enfim, há para todos os gostos e, curiosamente, todos perderam, tirando o senhor da rua da avó que foi uma invenção minha para colorir o artigo. Portanto, a líder da oposição nos Açores afirmar que não concorreu “nas 19 Câmaras dos Açores” é apenas uma forma indelicada de dizer “Ganhei, sou a maior!”

Mas o meu caso é diferente. Eu perdi as eleições e posso prová-lo. Aha!

Houve quatro momentos eleitorais no último ano: legislativas regionais, europeias, legislativas nacionais e autárquicas. Nas eleições para o Governo dos Açores batemos alegremente o somatório de deputados eleitos por toda a oposição e, portanto, não se fala mais nisso. Da mesma forma, levamos uma abada nas europeias. 1-1. Nas nacionais, o PS ganhou, mas no Faial, onde eu o tinha apoiado, perdeu. Restavam as autárquicas. É público que apoiei o João Castro e, se tivesse ficado por aí, teria 50% de sucesso eleitoral. Mas não fiquei… Apoiei também o Rogério Veiros na Calheta e o Paulo Casaca em Ponta Delgada. Ou seja, dos restantes 25% das autárquicas (1/4 das eleições) apenas ganhei 1/3. Ou seja, o meu score eleitoral foi de 33%. Perdi.

Agora mais a sério. Quando se perdem eleições, principalmente se estamos em posição de liderança, convém analisarmos a equipa, o programa, o método de passar a mensagem e, principalmente, ter a humildade de aceitar o resultado e congratular quem soube ser melhor. O povo engana-se, tal como aconteceu no passado, mas a inépcia de conseguir elucidá-lo será sempre de quem se propôs à luta democrática e, portanto, mais vale admitir, rever e voltar à luta! Fica o conselho, a quem servir.

1 comentário:

  1. Caro amigo,
    Quero agradecer o apoio.
    Retira lá os meus 25%. Porque quem perde, não é quem apoia, mas sim quem encabeça o projecto ou assume a liderança e neste caso, quem perdeu fui eu, e ao contrário de outros.. tenho humildade de o saber reconhecer.De qualquer forma é bom saber que há amigos solidários.
    Abraço
    Rogério Veiros

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