quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A Calheta tem de mudar!

Apesar de não ser de São Jorge, já fui tantas vezes a esta ilha que me sinto um pouco jorgense. Já estive tantas vezes em São Jorge, já palminhei tanto pela Ilha que foram crescendo dentro de mim sentimentos de respeito e de admiração que vão muito para além da simples contemplação. Sinto reconhecer a ilha desde o malfadado Pico da Esperança até às profundidades em que, quando estagiário de biologia-marinha, pescava lulas. São Jorge está comigo desde que cheguei aos Açores e não esqueço a enorme generosidade dos cidadãos da Ilha. Consigo perceber o complexo potencial da Ilha e as angústias da sua população, tantas vezes partilhada comigo. É por isso que me preocupo. Vejo uma ilha presa a duas autarquias que não têm conseguido colocar a ilha nos desígnios do desenvolvimento sustentável. Vejo duas autarquias que alimentam um obscurantismo político que não serve às suas populações, não serve a sua economia e não serve, certamente, para a abertura de perspectivas de futuro. Olhando para os candidatos dos dois partidos candidatos à presidência Câmara Municipal da Calheta de São Jorge, fico sem dúvidas. Aliás, quando o Rogério me disse que ia concorrer à Câmara Municipal da Calheta a minha primeira expressão foi de sentida preocupação: "tens a certeza?" De facto, a edilidade Calheta está em péssimas condições. Em termos económicos, a Câmara está perto da falência técnica e, se calhar mais importante, falta tanto entusiasmo... As pessoas não acreditam em si e no potencial da sua terra. O facto do Rogério Veiros, que podia ter uma vida confortável sem se meter nestas andanças, avançar com bravura é uma prova da sua coragem. Portanto, de forma abnegada e com plena consciência do enorme problema, colocou-se a disposição dos cidadãos. Merece o meu respeito! Quando há uns dias atrás o candidato da situação se referia à falta de investimento do Governo no Concelho fiquei verdadeiramente triste. É que não ver o investimento que foi feito pelo Governo na Fábrica de Santa Catarina, no Lar de Idosos, no Porto, no Aeroporto (que serve os dois concelhos) e na indústria transformadora do queijo é mais do que miopia... Mas não é apenas isso que me entristece. Quando negociava a sustentabilidade do EcoMuseu, intercedi junto do recém nomeado Presidente da Câmara do PSD no sentido de colocar uma pequena verba à disposição desta estrutura. O seu redundante "não" é contrastante com a versão televisiva do agora candidato do PSD à presidência da Câmara da Calheta. Não se podem defender ideias apenas nos dias que antecedem as eleições. Os projectos fazem-se todos os dias, ou não se fazem. Eu tenho responsabilidades no desenvolvimento sustentável, e reforço o "sustentável", da Fajã de Santo Cristo. Nesse sentido, já estive nesta Lagoa por diversas vezes inserido na execução de obra e na realização de diversas actividades. Curiosamente, já lá vi diversas vezes figuras públicas de São Jorge, mas nunca vi o Presidente da Câmara da Calheta. É preciso seriedade e empenhamento nas autarquias de São Jorge e um dos candidatos tem-na, o outro não. O futuro da Calheta cheira a Auditório, Marina, Museu, Passeio do Canal, Conselho da Juventude... O futuro da Calheta pode começar no dia 11 de Outubro quando os calhetenses marcarem uma cruz no quadrado à frente de "Partido Socialista" no boletim de voto. Literalmente, está
nas vossas mãos.

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