segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O ano que passou

Muitas vezes olhamos para o ano que passou com um misto de desespero e de alívio. “Desespero” porque, há luz de tantas expectativas no seu início, ele acaba por não ser tão positivo como esperávamos, e “alívio” porque, como “não podia ter corrido pior”, nada como um novo começo. Felizmente, na área do Ambiente as coisas não são assim. Não precisamos de um ano novo. O bom mesmo era que a transição entre 2009 e 2010 não se fizesse notar. A equipa do Ambiente fez muitas coisas boas, que atribuíram bons resultados ao ano de 2009 e ajudam a encarar o ano de 2010 com optimismo.

No ano de 2009 foram removidas organismos invasores como nunca antes tinha acontecido. Ratos, algas e, principalmente, plantas de outras paragens, que não conseguem co-habitar pacificamente com os nossos ecossistemas foram inexoravelmente removidos das zonas mais sensíveis. Um investimento que passou o meio milhão de euros permitiu que a Administração Regional directamente, em parceria ou sob contratação erradicasse largas áreas de incenso, conteira, caulerpa, pica-rato… Eu sei lá. Em nove ilhas, houve mais de três dezenas de acções! E no próximo ano haverá mais.

Em matéria de resíduos, no já velho ano de 2009, conseguimos exportá-los como nunca antes tinha acontecido. Entre as iniciativas privadas e as da Região foram exportadas dezenas de milhares de toneladas de resíduos para reciclagem. Acresce a isto o facto de, neste momento, estarem a actuar nos Açores as nove entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos. Ou seja, pneus, óleos, medicamentos, embalagens urbanas, carros, produtos fitofarmacêuticos, pilhas e equipamentos eléctricos e electrónicos quando chegam ao fim da sua vida útil começam, como o nosso velho ano, um novo ciclo. Mas o grande motivo de orgulho e esperança no novo ano é a construção dos Centros de Resíduos das Flores e Graciosa. Seguir-se-ão outros, mas estes já não são projectos, são realidades a tomar forma. Como o novo ano!

Nos Açores, como no resto do mundo, há indústrias que são potencialmente poluidoras. Ainda bem que temos, até porque o contrário apontaria para uma estagnação e improdutividade extremamente desaconselhável. Mas há regras para que estas indústrias não passem do “potencialmente” poluidoras. O processo mais exigente do mundo a esse nível é o chamado “Licenciamento Ambiental”. Este processo é imposto pela Comissão Europeia e, nos Açores, tem 100% de cobertura. Posto de outra forma, todas as indústrias dos Açores potencialmente poluidoras têm implementado o mais exigente sistemas de rastreio, minimização e alerta. Digam lá que não é um excelente passar de ano!

Sem comentários:

Enviar um comentário