Os tubarões e raias (elasmobrânquios) são um dos grupos de animais mais conhecidos e temidos do nosso planeta, alimentando a nossa imaginação e cultivando alguns os maiores pesadelos de alguns de nós. Ao escrevermos este artigo, tivemos
Introdução
Há mais de 1000 espécies de elasmobrânquios descritas nos mares e rios do nosso planeta. Apesar do número não ser muito elevado – por
Elasmobrânquios
Mas o que são os elasmobrânquios? Como se podem definir? São animais aquáticos, pertencentes à Classe dos Condríctios e em que o esqueleto é
O sistema nervoso dos elasmobrânquios não é muito
A capacidade de distinguir elementos químicos na água é especialmente interessante para detectar a presença de presas feridas e a sangrar. Esta capacidade é possível graças ao facto de possuírem umas narinas especializadas (sacos nasais).
A audição é utilizada para detectar a presença de presas a longa distância embora, a distâncias mais curtas, o tacto se torne também muito importante. Alguns mergulhadores já repararam
Tal
Para a detecção de presas que estejam enterradas no substracto, os elasmobrânquios possuem uns órgãos, localizados na cabeça, chamados de “ampolas de Lorenzini”. Estes órgãos permitem a detecção do campo eléctrico gerado pelo movimento muscular,
Outra das capacidades “estranhas” dos elasmobrânquios é a que está associada à detecção dos campos magnéticos. Graças a ela, estes animais podem executar longas movimentações, durante as migrações. De certa forma, é
O seu sentido do gosto ou paladar também está muito desenvolvido e os tubarões rejeitam muitas vezes uma presa depois da primeira dentada não ter sido satisfatória. É por essa razão que os tubarões não se alimentam dos seres humanos apesar de, por vezes, lhes darem uma dentada. O nosso sabor não deve ser nada satisfatório...
A visão é um dos sentidos pouco desenvolvidos nos tubarões. Os olhos transmitem, na maioria das espécies, informação sobre a quantidade de luz presente, detectadas por umas células de nome “bastonetes”. Apenas as espécies que habitam as águas menos profundas, possuem um segundo tipo de células, de nome “cones”, que são sensíveis às cores. Apesar da importância relativamente pouco elevada da visão, algumas espécies protegem os olhos durante os ataques que desferem, cobrindo, nesse momento, os olhos
Dentro dos elasmobrâquios, os dois grandes grupos são os tubarões e as raias. Os tubarões têm, genericamente, um corpo afilado enquanto as raias apresentam-no achatado dorso-ventralmente
A barbatana caudal também difere nos tubarões e nas raias. Enquanto nas raias a barbatana caudal está de tal forma transformada que se pode considerar ausente, já no caso dos tubarões, esta é bem visível e heterocerca. Ainda ao nível das barbatanas, os tubarões apresentam barbatanas peitorais bem definidas, enquanto as raias –
As raias
As raias têm um corpo
Os tubarões
Os tubarões adultos têm tamanhos que podem variar desde os 15 cm até aos 18 m de
Como todos os peixes, a posição que ocupam habitualmente na coluna de água define o seu nicho ecológico. Nesse sentido, numa primeira aproximação, podemos definir os tubarões
Os elasmobrânquios e o homem
O valor económico dos tubarões para a pesca não é muito elevado. Em vez de diminuir o interesse sobre estas espécies, este facto tem aumentado a necessidade das frotas capturarem os animais em grandes quantidades de forma a rentabilizar o esforço. Esta razão, associada ao desinteresse que o público e as autoridades têm sobre os tubarões, tem conduzido estas espécies a uma situação de eminente colapso das pescarias. Os tubarões estão em muito má condição. Espécies
Em suma, é absolutamente necessário proteger preventivamente os tubarões, estudar a sua biologia, estabelecer regras de exploração, concertar acções a nível internacional, dar formação aos pescadores e aumentar a fiscalização sobre a actividade da pesca.
A pesca desportiva de tubarões não se encontra em grande expansão em Portugal. O crescente esclarecimento do público em relação à situação crítica destes animais tem levado a que o interesse venha a decrescer. Como forma alternativa de explorar esta actividade, dando-lhe um cunho de “amiga do ambiente”, os operadores têm enveredado por uma adaptação na técnica que potencia a capacidade de sobrevivência do animal. Nesta operação os tubarões são capturados, marcados e libertados. A maioria dos animais consegue resistir ao stress provocado pela captura e os dados científicos obtidos em cada recaptura são valiosos e importantes para o estudo e conservação dos animais.
Nos últimos anos tem surgido uma forma alternativa de explorar os tubarões e raias, a observação e natação, a qual apresenta a vantagem adicional de não os destruir. Basicamente, os operadores turísticos transportam os clientes até locais em que possam ver estes animais em segurança. É uma actividade em expansão. Os retornos económicos da observação de tubarões são várias vezes mais elevados que a sua exploração
Honestamente, em Portugal, ninguém pode garantir a observação de um tubarão ou jamanta a não ser no Oceanário. No entanto, há locais no nosso país em que possibilidade de ver estes animais em ambiente selvagem é normalmente elevada. O único local que os autores deste artigo conhecem, no nosso país, em que 100% das imersões permitiram a observação dejamantas ou tubarões foi no Banco Princesa Alice nos Açores. Ainda nos Açores, cerca de 50% das imersões no Banco D. João de Castro permitiram a observação de jamantas.
Curiosidades
Fatos de malha de aço - Há formas alternativas de interagir
Ataques de tubarões em Portugal – o único registo confirmado de um ataque não provocado de um tubarão em Portugal ocorreu ao largo dos Açores. Um operador cinematográfico foi atacado uma tintureira da qual teve de defender-se utilizando a caixa estanque da câmara. Para além deste já se registaram ataques de cações e tubarões martelo a caçadores submarinos.
O que fazer para evitar um ataque de tubarão –
1- Não nadar em zonas desaconselhadas, pela frequência de espécies potencialmente agressivas;
2- Na eventualidade de surgir um tubarão, há que tentar não o provocar. Lembre-se que está no meio natural dele, logo, é ele que estabelece as regras (as adaptações resultantes de milhões de anos de evolução deverão prevalecer).
3- Tentar identificar se é uma das espécies potencialmente perigosa, já que a maioria das espécies de tubarões são consideradas inofensivas para o Homem. Se tiver dúvidas, ou se de facto identificar a espécie em causa
4- Com calma, alertar os restantes banhistas ou mergulhadores. É essencial evitar o pânico, para a sua segurança e a dos outros.
TOP5
As 5 espécies mais emblemáticas dos elasmobrânquios
1. Tubarão-branco - pela sua postura agressiva e pelos filmes norte-americanos. É sem dúvida o tubarão mais conhecido.
2. Tubarão-baleia - pelo seu porte e pela passividade.
3. Manta - Pela forma peculiar, pela beleza dimensão e pelo
4. Wobbegong – emblemático no Pacífico Ocidental pela sua coloração, forma e movimentação pesada.
5. Tubarão-martelo – pela forma original da cabeça, muitas vezes utilizada para simbolizar os próprios tubarões.
TOP5
5 espécies passíveis de serem encontradas em mergulho em águas nacionais.
Ratão-águia
Uge
Tremelga
Cação
Tubarão-frade - um passeio ao largo das costas de Sesimbra pode proporcionar o avistamento desta espécie
TOP5
As 5 espécies mais exóticas (selecção da Sara, 6 anos)
1. Tubarão-demónio – prognatismo da parte superior da cabeça e aspecto desordenado dos dentes, apenas visíveis antes de um ataque.
2. "Megamouth"
3. Peixe-porco de vela - a barbatana dorsal muito elevada dá um aspecto triangular à parte anterior do animal. Habita desde os 45 aos 650 metros, especialmente na zona do talude continental.
4. Peixe-serra
5. Uge-de-rio-ocelada – pela viva coloração.
TOP5
As espécies mais ameaçadas em termos de conservação (fonte: adaptado de Audubon)
1. Tintureira – pelas capturas desordenadas no Atlântico Norte.
2. Tubarão-faqueta – a sua população declinou 80% nos últimos 20 anos.
3. Galhudo-malhado – Descargas quadruplicaram entre 1988 3 1993.
4. Tubarão-frade – Algumas populações locais decresceram em 80% nos últimos anos.
5. Tubarão-branco – De troféu passou a ter um alto valor económico ($4, 000 por par de mandíbulas).
TOP5
Os cinco destinos para ver tubarões
1. África do Sul - Destino por excelência de quem quer ver tubarões brancos.
2. Califórnia – Destino
3. Maldivas - Há cinco espécies
4. Bahamas - Bom local para observar tubarões-touro e tubarão-limão.
5. Ilha de Cocos – concentrações de tubarões-martelo. Possibilidade de ver outras espécies
TOP5
As espécies de elasmobrânquios mais perigosas que ocorrem em Portugal (fonte: adaptado de Fishbase.org)
1. Tintureira
2. Rinquim
3. Tubarão-de-pontas-brancas
4. Tubarão-branco
5. Tubarão-tigre
Para Saber Mais
Alguns sítios internet para turismo subaquático com tubarões
1- Maldives .... the last Paradise em http://maldive.com/dive/dive2.html
2- Skorpion Travel em http://www.skorpion-maldives.com/scuba_diving.html
3- Reef & Rainforest em http://www.reefrainfrst.com/sharksouthafrica.htm
4- Sports Safaris Africa em http://www.sportsafaris.com/
5- DivingWithSharks.
6- ScubaDuba em http://www.scubaduba.com/bahamas/nfbahamas.html
Páginas internet sobre tubarões
APECE - Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios. http://www.apece.org/
Espécies Marinhas dos Açores, em http://www.horta.uac.pt/species/
Fishbase - Froese, R. e D. Pauly, Editores. Publicação electrónica na internet em http://www.fishbase.org/
Bibliografia
Livros e Artigos
- Compagno, L.J.V. 1984. FAO species catalogue. Vol. 4. Sharks of the world. An annotated and illustrated catalogue of shark species known to date. Parts 1 & 2. FAO Fisheries Synopsis 125. 655p.
- Silva, A.A. 1999. Tubarões dos Açores. Revista Mundo Submerso. 28: 36-40.
Guias de Identificação
- Debelius, H. 2000.
- Hennemann, R.M. 2001. Sharks and Rays: Elasmobranch guide of the worlds. IKAN Unterwasserarchiv, Frankfurt. 304p.
- Szpilman, M. 2000. Peixes marinhos do Brasil: guia prático de identificação. Instituto Ecológico Aqualung e MAUD Editora Ltda, Rio de Janeiro. 288p.
Glossário
Anequim ou Rinquim – Lamna nasus.
Bexiga natatória – Divertículo do tubo digestivo dos peixes que funciona
Cação – Mustelus spp. embora nos Açores este nome
Cartilagem – tecido flexível, de baixo peso.
Condríctios – grupo de tubarões, raias e quimeras. São os animais
Elasmobrânqueos – Peixes cartilagíneos dos grupos Selachii e Batoidei. Este agrupamento exclui os Holocephali (quimeras).
Galhudo-malhado - Squalus acanthias
Gata-lixa – Seláceo da espécie Dalatias licha.
Heterocerca – forma assimétrica das barbatanas caudais dos tubarões, sendo o um dos lóbulos mais
Peixe-guitarra - Rhina ancylostoma.
Peixe-porco de vela - Oxynotus paradoxus
Peixe-serra – Pristis pectinata.
Raia-oirega - Raja batis.
Tintureira – Prionace glauca.
Tremelga – Torpedo spp.
Tubarão-baleia – Rhincodon typus. Pode atingir 12 metros de
Tubarão-branco – Selácio da espécie Carcharodon carcharias.
Tubarão-demónio - Mitsukurina owstoni. D. Carlos, Rei de Portugal, identificou este peixe nas águas nacionais pensando que estava a registá-lo pela primeira vez para a ciência, chegou a dar-lhe o nome científico de Odontaspis nasuta, infelizmente o mesmo já tinha sido descrito no Japão.
Tubarão-de-pontas-brancas – Carcharhinus longimanus.
Tubarão-faqueta - Carcharhinus obscurus.
Tubarão-frade – Cetorhinus maximus. Alimenta-se de plâncton. Maior tamanho registado 9,8 metros, embora existam referências não confirmadas a animais
Tubarão-limão – Negaprion brevirostris.
Tubarão-martelo – Seláceo
Tubarão luzidio – Charcarhinus falciformis.
Tubarão-tigre – Galeocerdo cuvier.
Tubarão-touro – Eugomphodus taurus.
Uge – Dasyatis spp.
Uge-de-rio-ocelada – Potamotrygon motoro.
Wobbegong – Orectolobus spp.
Agradecimentos
Ao Professor Martin Sprung, excelente investigador e pedadgogo da Universidade do Algarve, amigo e bom conselheiro. O sorriso honesto, pacífico e pacificador do Professor Martin acompanhará sempre todos aqueles que o conheceram.
Ao
Biografia
Sem comentários:
Enviar um comentário