Ser solidário
Foto: F Cardigos
Poucas pessoas nos Açores já
terão ouvido falar do Corpo Europeu de Solidariedade. No entanto, é importante
tê-lo em particular atenção uma vez que, apesar de apenas começar oficialmente
em outubro, já tem mais de 60 mil jovens inscritos. Como se pode ler no sítio
internet dedicado à iniciativa, este Corpo Europeu pretende dar a oportunidade de
fazer voluntariado ou para “trabalhar em
projetos, no próprio país ou no estrangeiro, em benefício de pessoas e
comunidades de toda a Europa”. Todos os jovens dos 17 aos 30 anos são
bem-vindos. Neste momento, há 28 projectos em Lisboa e 2 em Faro, mas talvez
seja mais interessante pensar em usar este instrumento para obter uma
experiência internacional, fazendo parte de programas também úteis, mas mais enriquecedores
do ponto de vista cultural.
Dependendo do projecto
específico, as deslocações e as despesas locais poderão ser pagas pela
organização que dinamiza a atividade de solidariedade escolhida pelo voluntário.
Portanto é muito importante ler com cuidado a descrição do projecto em que nos
iremos envolver, não apenas pela componente mais relevante e relacionada com o
acto de solidariedade em si, mas também pelas contrapartidas, que, no final do
dia, podem ou não viabilizar o projecto individual.
Espera-se que as plataformas de
governo multinível sejam envolvidos, desde as autarquias às autoridades
regionais e nacionais. Ou seja, o Corpo Europeu de Solidariedade não deve
surgir da simples intenção de uma qualquer organização não governamental ou
associação, mas sim desenvolver-se num contexto mais alargado e robusto. Esta
postura serve também para evitar que o Corpo Europeu de Solidariedade seja
utilizado para que essas entidades obtenham mão-de-obra barata e subsidiada
pela União Europeia, como já foi alvitrado por alguns. Se isso acontecer na
realidade, esta boa iniciativa estará condenada.
A União Europeia tem em curso
diversas acções relacionadas diretamente com o apoio aos jovens. O DiscoverEU,
o Erasmus e este Corpo Europeu de Solidariedade, cada uma delas constitui uma
oportunidade palpável de partir, em simultâneo, para a aventura da descoberta,
do conhecimento e da fraternidade.
A propósito do DiscoverEU
relembro que estão, neste preciso momento, a viajar de comboio e com as viagens
pagas, milhares jovens da União Europeia. Para ter uma ideia do que se passa
nessa enorme aventura, desafio uma busca nas redes sociais, como o twitter por
exemplo, usando a etiqueta #DiscoverEU. Relembro também que haverá uma segunda
oportunidade para os jovens que tenham 18 anos em setembro.
O Programa Erasmus será
amplamente reforçado no próximo quadro comunitário de apoio, portanto de 2021
em diante. Pelo que vou vendo à minha volta, pelo entusiamo dos mais jovens por
esta iniciativa, os pais que se preparem porque a exceção será os que não
tenham tido uma experiência internacional numa parte do seu período formativo.
Para além da importância de isso constar no currículo para quando se enfrentar
o mercado de emprego, há essencialmente as histórias e as aventuras que eles poderão
contar.
A União Europeia está a apostar em
força nos jovens europeus, contribuindo para que se tornem melhores pessoas,
mais aptas e mais felizes. Tenho que admitir que me causa um enorme orgulho
viver neste tempo de oportunidades e espero que os jovens do meu país saibam
aproveitar. Atrevam-se!
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