Para os meus amigos ucranianos, para os seus familiares e para o povo da Ucrânia em geral, toda a minha solidariedade. Os meus pensamentos estão convosco.
Claro que tenho de falar da
Ucrânia. É imprescindível. E hoje, no dia em que escrevo estas palavras, falar
da Ucrânia implica falar da Rússia e da Bielorrússia, essas nações dirigidas
por ditadores desprovidos de bom senso, de empatia e de bondade que invadiram
um país soberano e iniciaram uma guerra contra amigos e familiares dos seus
próprios povos.
Escrevo estas palavras porque é
necessário, na minha opinião, repetir ad nauseam que os dirigentes
russos estão a proceder com maldade infinita. Estão a matar pessoas, seres
humanos inocentes, incluindo crianças. Não está certo. Não está certo!
Tenho observado alguma
animosidade para com russos e bielorrussos que vivem em Portugal e em outros
países livres. Está errado. Obviamente, estes cidadãos não têm qualquer culpa
do desnorte dos seus dirigentes.
Dito isto, os russos e
bielorrussos estão numa posição privilegiada para ajudar a acabar com esta
guerra. Por exemplo, podem enviar notícias livres para a Rússia. Adicionalmente,
podem demonstrar descontentamento. Sei que é necessária uma dose de coragem que
tem que ser bem medida, para não se tornarem alvos das ditaduras que desgraçam
os respetivos países, mas, até onde for possível, indignem-se publicamente. É
importante para os ucranianos e para os povos livres e mais, é determinante
para a pressão que tem que se fazer sentir nos vossos países, particularmente
na Rússia. Lembro uma frase de uma música do Sting que voltou a estar em voga:
“Believe me when I say to you, I hope the Russians love their children too”.
Os dirigentes do Partido
Comunista Português, que nos últimos dias se têm recusado a condenar a Rússia, como
fizeram recentemente no Parlamento Europeu, têm todo o direito de o fazer. Parece-me
caricato tentar colocar no mesmo patamar os países da NATO e a Federação Russa,
mas aqui, na Europa livre, podem expressar-se à vontade. Graças à liberdade
que, no passado, ajudaram a construir, hoje podem até faltar à verdade. Mas eu
posso, também com liberdade, afirmar e escrever que estão a faltar à verdade. Se
se sentirem injustiçados pelas minhas palavras, processem-me. Aqui, na União Europeia
livre, podem fazê-lo. Já na Rússia e na Bielorrússia…
A humanidade talvez nunca tenha
estado tão perto da sua própria autodestruição. As grandes potências bélicas
mundiais têm acesso a armamento que pode aniquilar a humanidade e grande parte
da vida em pouco tempo.
É estranho pensar no que será o
nosso planeta sem esta estranha e fascinante espécie a que todos pertencemos. O
vento continuará a soprar, o mar a revoltar-se, os vulcões continuarão
ocasionalmente a demonstrar a sua força e, depois de passado o inverno nuclear,
o pôr-do-Sol continuará maravilhoso, mas o pintor não o poderá imortalizar
porque não haverá pintor. Os animais que sobreviverem e os que, entretanto,
especiarem continuarão a nascer, a alimentar-se, a multiplicar-se, correndo pelo
meio das florestas ou a nadar no mar imenso. Apenas ninguém lá estará para os estudar
porque não haverá cientistas. Os dias e as noites perpetuar-se-ão até ao fim do
sistema solar e não haverá um ser humano para se espreguiçar ao acordar ou aconchegar-se
ao adormecer.
Durante mais de quatro mil milhões
de anos o planeta Terra viveu sem nós. Por causa dos Putins da nossa espécie, 200
mil anos depois do aparecimento dos seres humanos, poderemos estar à beira de
partir. Tenho pena. Tenho
muita pena… I hope the Russians love their children too…
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