Uma das actividades que me ocupa muito tempo é viajar. Seja por assuntos nas diferentes ilhas, seja para apresentar novas soluções, seja para coordenar actividades no continente ou para relatar a nossa postura internacionalmente, acabo por viajar, pelo menos, uma vez por semana. Ao longo destes três últimos anos tenho acumulado uma longa experiência sobre o funcionamento dos nossos transportes, principalmente aéreos. Assim, e com a falta de modéstia que me caracteriza, aqui vão algumas dicas sobre a gestão da viagem.
Antes da viagem: tente estabelecer uma relação de proximidade e de fidelidade com o operador que trata das suas viagens. Esta boa relação permitirá que seja tratado com um cuidado acrescido, nomeadamente no que diz respeito a informações sobre atrasos, oportunidades de alteração de horários e linhas de comunicação privilegiadas. Tanto se telefona que, a certo passo, lá escapa o número de telemóvel pessoal…
Os preparativos da viagem: não viaje com bagagem no porão a menos que seja absolutamente necessário. Cumprindo as orientações em termos de transporte de líquidos, o que não é difícil, mas tem de ser previsto, raramente uma viagem até dois dias carece de mais do que uma pequena mala de mão. Principalmente quando se passa pelo aeroporto de Lisboa, em que as bagagens demoram sempre mais de meia hora a sair, quando saem de todo, evite levar bagagem de porão... De qualquer forma, tenha um livro à mão.
Durante a viagem: seja cortês com o pessoal de bordo e fale com o seu colega do lado. Raras são as vezes em que não se aprende qualquer coisa nova. Se o seu interlocutor não estiver para aí virado irá notar na primeira resposta. Todos temos dias em que, simplesmente, não nos apetece. É de respeitar.
De facto, esta coisa do “mais pesado que o ar” voar soa-nos muito estranho e, por mais que nos expliquem que é possível e que é o meio de transporte mais seguro do mundo, viajar de avião continua a gerar muitos medos, quando não pânicos. No entanto, repare, eu já viajei muitas vezes e o meu avião nunca caiu! Mais, as tripulações que me transportaram já viajaram muito mais do que eu e o avião deles também nunca caiu. É pouca ajuda, eu sei… Mas olhe que era mesmo um grande azar que fosse calhar-lhe logo a si.
Depois da viagem: Não desespere se a sua mala não saiu. Primeiro, verifique se está na bagagem fora de formato. Acontece. Depois, caso continue sem aparecer, faça a reclamação. Para que não tenha ilusões, irá perder meia hora. Primeiro para que chegue à sua vez e, depois, para que possa dar todas as informações requeridas, irá ser necessário tempo. Caso tenha por perto o livro que eu aconselhei lá atrás, estará no momento de o utilizar.
Sim, a companhia aérea é a culpada por ter sido irresponsável e ter perdido a sua bagagem e, sim, a fila é enorme e, sim, o procedimento de descrição da bagagem é moroso... Tem toda a razão, mas o funcionário que está à sua frente não tem culpa. Engula em seco e sorria! Como será o único a fazê-lo nesse dia, verificará imediatamente como irá ser bem tratado. De qualquer forma, uma coisa é certa, em mais de duas dezenas de malas desviadas, nunca perdi uma e nunca fui roubado. Num período de quinze dias, consegui ter a mala “atrasada”, como prefiro chamar-lhe, três vezes e em todas voltou a aparecer um dia depois e com todos os itens no seu interior. Não fosse o incómodo de ficar privado do material de higiene pessoal e da roupa interior lavada, até fomentaria este serviço. Sim, é que no dia seguinte, no máximo dois dias depois, a mala aparece misteriosamente no quarto de hotel ou em casa.
No aeroporto de Lisboa não use a praça de táxis das Chegadas. Nas Partidas, há uma segunda praça de táxis, com muito menos gente e em que os taxistas são infinitamente mais bem-educados. Há poucas palavras que, sem perder a compostura, permitam ilustrar as cenas a que já assisti na Praça de Táxis das Chegadas. Nos restantes aeroportos, apenas posso relatar boas experiências.
Viajar é bom. Conhecemos novas realidades, interagimos com pessoas diferentes e ganhamos experiência. Mas, não há bela sem senão… O combustível consumido nas viagens liberta dióxido de Carbono e outros compostos extremamente nocivos e catalisadores das chamadas “alterações climáticas”. Para tentarmos colmatar este efeito podemos comprar “créditos de Carbono”. Ou seja, paga-se para que alguém, em seu nome, plante as árvores necessárias para capturar o Carbono que a sua viagem libertou. É simples e deixa-nos de consciência tranquila.
E pronto. Faça viagens, muitas viagens!
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