Parque eólico na Ilha do Faial, Açores, Portugal
Foto: F Cardigos
Uma das perguntas recorrentes que me
é feita, dadas as minhas funções em Bruxelas, prende-se com as oportunidades de
financiamento proporcionadas pela União Europeia. De facto, é voz corrente que
a União comparticipa projetos e, portanto, todos querem saber como poderão
usufruir desse auxílio para implementar a sua ideia.
Para simplificar a circulação desta
tipologia de informação, desde há largos meses que o Gabinete dos Açores em
Bruxelas mantém um boletim semanal, o Az@Brx, em que se plasmam oportunidades
identificadas no centro da Europa. No entanto, a verdade é que, tipicamente, as
oportunidades europeias fluem para os diferentes territórios através dos seus
governos nacionais e regionais. Desta forma, entre outros, temos o programa ProRural
e o POSEI, para a agricultura, e o ProConvergência, para diversos temas. Ou
seja, são oportunidades de financiamento europeu, mas, e muito bem, geridas
localmente. O papel do Gabinete dos Açores em Bruxelas, a este nível, é
auxiliar na garantia que estas verbas continuam a ser transferidas para a
Região de acordo com as estratégias e metodologias estabelecidas pelo Governo
dos Açores.
A um segundo nível, há, adicionalmente,
verbas que são geridas diretamente pela Comissão Europeia e, portanto, não
tendo como intermédios os diferentes governos. O financiamento é acessível
através de processos competitivos exigentes e em que apenas a excelência tem
sucesso. Eventualmente, os mais conhecidos destes programas serão o programa
Horizonte 2020, para a ciência, o programa LIFE, para a conservação da natureza,
e, com menor nível de complexidade, o WIFI4EU, que ajuda a financiar as redes
sem fios em municípios. Em todos os casos que mencionei, os Açores têm tido
grande sucesso. A Universidade dos Açores, essencialmente através da sua
unidade de investigação Okeanos (ex-IMAR/DOP), ganha sucessivamente o
financiamento a projetos por esta via. Já no LIFE, os grandes beneficiários são
novamente a Universidade, mas acrescentam-se ONGs (SPEA) e, ultimamente, o
próprio Governo Regional que montou uma competente equipa no seio da Direção
Regional do Ambiente especializada em captar esta tipologia de financiamento.
No caso do WIFI4EU, praticamente todos os municípios dos Açores estão a ser
beneficiados. Neste segundo nível de financiamento há ainda programas que apoiam
pessoas individualmente, como são, entre outros, o Erasmus+ e o DiscorverEU. As
regras para ambos estão disponíveis na internet e, sempre que há grandes
novidades, estas são expostas no Az@Brx.
Há um terceiro tipo de programa que
financia projetos intermédios e estes, posteriormente, financiam projetos mais
pequenos. Ou seja, são projetos a quem a Comissão Europeia atribui a
responsabilidade de financiar outras iniciativas de menor dimensão. A Região já
beneficiou deste circuito através, por exemplo, do NetBiome, em que houve
projetos financiados para inventariar a biodiversidade dos Açores.
Hoje, chamo a atenção para o “European
Islands Facility”, com o acrónimo NESOI. Este projeto está aberto à comunidade
de 2400 ilhas da União Europeia habitadas e pretende financiar 60 excelentes projetos
de transição energética. Com o conjunto de projetos a aprovar pretende-se
mobilizar mais de 100 milhões de euros em investimentos que reduzam significativamente
as emissões de dióxido de carbono e gases com efeito de estufa até 2023. Os
detalhes estão disponíveis na internet, na página do projeto NESOI.
Com a
aprovação do Pacto Ecológico Europeu (“European Green Deal”, em inglês) é muito natural que surjam cada vez
mais oportunidades relacionadas com a transição energética, mitigação dos
efeitos da intensificação das alterações climáticas globais e a adaptação às
novas realidades ambientais. São problemas gigantes, mas que abrem oportunidades
nos três níveis de financiamento referidos atrás. Há que ter boas ideias, estar
atento e, com ou sem auxílio europeu, investir em bons negócios que fomentem
dias ainda melhores.Uma das perguntas recorrentes que me
é feita, dadas as minhas funções em Bruxelas, prende-se com as oportunidades de
financiamento proporcionadas pela União Europeia. De facto, é voz corrente que
a União comparticipa projetos e, portanto, todos querem saber como poderão
usufruir desse auxílio para implementar a sua ideia.
Para simplificar a circulação desta
tipologia de informação, desde há largos meses que o Gabinete dos Açores em
Bruxelas mantém um boletim semanal, o Az@Brx, em que se plasmam oportunidades
identificadas no centro da Europa. No entanto, a verdade é que, tipicamente, as
oportunidades europeias fluem para os diferentes territórios através dos seus
governos nacionais e regionais. Desta forma, entre outros, temos o programa ProRural
e o POSEI, para a agricultura, e o ProConvergência, para diversos temas. Ou
seja, são oportunidades de financiamento europeu, mas, e muito bem, geridas
localmente. O papel do Gabinete dos Açores em Bruxelas, a este nível, é
auxiliar na garantia que estas verbas continuam a ser transferidas para a
Região de acordo com as estratégias e metodologias estabelecidas pelo Governo
dos Açores.
A um segundo nível, há, adicionalmente,
verbas que são geridas diretamente pela Comissão Europeia e, portanto, não
tendo como intermédios os diferentes governos. O financiamento é acessível
através de processos competitivos exigentes e em que apenas a excelência tem
sucesso. Eventualmente, os mais conhecidos destes programas serão o programa
Horizonte 2020, para a ciência, o programa LIFE, para a conservação da natureza,
e, com menor nível de complexidade, o WIFI4EU, que ajuda a financiar as redes
sem fios em municípios. Em todos os casos que mencionei, os Açores têm tido
grande sucesso. A Universidade dos Açores, essencialmente através da sua
unidade de investigação Okeanos (ex-IMAR/DOP), ganha sucessivamente o
financiamento a projetos por esta via. Já no LIFE, os grandes beneficiários são
novamente a Universidade, mas acrescentam-se ONGs (SPEA) e, ultimamente, o
próprio Governo Regional que montou uma competente equipa no seio da Direção
Regional do Ambiente especializada em captar esta tipologia de financiamento.
No caso do WIFI4EU, praticamente todos os municípios dos Açores estão a ser
beneficiados. Neste segundo nível de financiamento há ainda programas que apoiam
pessoas individualmente, como são, entre outros, o Erasmus+ e o DiscorverEU. As
regras para ambos estão disponíveis na internet e, sempre que há grandes
novidades, estas são expostas no Az@Brx.
Há um terceiro tipo de programa que
financia projetos intermédios e estes, posteriormente, financiam projetos mais
pequenos. Ou seja, são projetos a quem a Comissão Europeia atribui a
responsabilidade de financiar outras iniciativas de menor dimensão. A Região já
beneficiou deste circuito através, por exemplo, do NetBiome, em que houve
projetos financiados para inventariar a biodiversidade dos Açores.
Hoje, chamo a atenção para o “European
Islands Facility”, com o acrónimo NESOI. Este projeto está aberto à comunidade
de 2400 ilhas da União Europeia habitadas e pretende financiar 60 excelentes projetos
de transição energética. Com o conjunto de projetos a aprovar pretende-se
mobilizar mais de 100 milhões de euros em investimentos que reduzam significativamente
as emissões de dióxido de carbono e gases com efeito de estufa até 2023. Os
detalhes estão disponíveis na internet, na página do projeto NESOI.
Com a
aprovação do Pacto Ecológico Europeu (“European Green Deal”, em inglês) é muito natural que surjam cada vez
mais oportunidades relacionadas com a transição energética, mitigação dos
efeitos da intensificação das alterações climáticas globais e a adaptação às
novas realidades ambientais. São problemas gigantes, mas que abrem oportunidades
nos três níveis de financiamento referidos atrás. Há que ter boas ideias, estar
atento e, com ou sem auxílio europeu, investir em bons negócios que fomentem
dias ainda melhores.