sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 40: Sobre o campeonato do mundo de futebol
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
O futuro constrói-se com Áreas Marinhas Protegidas
No dia em que se celebra do Dia Nacional do Mar, dia 16 de novembro, redijo algumas linhas sobre um poderoso instrumento de gestão: as áreas marinhas protegidas. A minha definição para área marinha protegida é um local marinho, geograficamente bem definido e com regras implementadas para a gestão do ponto de vista da conservação patrimonial.
Vale a pena
dissertar sobre algumas das expressões que utilizei. Começo pelas “regras
implementadas”. As definições legais sobre a área em causa, caso não sejam
implementadas, inviabilizam a utilização do nome de Área Marinha Protegida.
Passam a ser “Reservas de Papel”, uma expressão jocosa, mas, infelizmente,
pertinente para as zonas que foram definidas por lei e que continuam sem plano
de gestão funcional.
Em sentido quase
contrário, refira-se que não é necessário haver uma decisão legal sobre a
existência de uma área marinha protegida para esta o ser. Basta que as regras
implementadas sejam respeitadas. Penso na Reserva Marinha do Caneiro dos Meros,
no Corvo, em que não foi definida qualquer área do ponto de vista legal e as
regras estabelecidas pelos utilizadores são respeitadas há mais de vinte anos.
“Conservação
patrimonial” é a outra expressão pela qual quero passar para, essencialmente,
alertar para que a conservação pode ter um ponto de vista de mundo natural,
talvez seja mesmo o mais comum, mas também pode ter um ponto de vista histórico
ou mesmo social. Mesmo nos Açores, há áreas marinhas protegidas definidas para
proteger património arqueológico (casos da Baía de Angra do Heroísmo, na
Terceira, e do Parque Arqueológico Subaquático do Dori, em São Miguel). Apesar
de não existirem nos Açores, há pelo mundo locais classificados como áreas marinhas
protegidas puramente por razões sociais (militares, religiosas ou espirituais).
No entanto, a
maioria das áreas marinhas protegidas têm uma génese relacionada com a
conservação da natureza. Essas áreas marinhas protegidas servem para preservar
espécies e habitats, para ajudar na recuperação ecológica de áreas
desfavorecidas ou para auxiliar na gestão dos recursos biológicos para
atividades como a pesca.
Hoje em dia, há
poucos temas que sejam tão consensuais nos Açores como o são as áreas marinhas protegidas.
Os partidos que alternam no poder têm visões similares e a sociedade, no geral,
apoia a implementação deste instrumento.
Noutros tempos
não era assim. Lembro-me da resistência de alguns utilizadores e mesmo de
cientistas… Felizmente, são tempos passados.
Hoje, as grandes
críticas são não se avançar ainda mais rapidamente na definição de mais e
maiores áreas e aumentar a eficácia da fiscalização nas áreas existentes. Evidentemente,
pelo ponto de vista de um ambientalista, como eu sou, nunca será suficiente
tudo o que seja feito, mas, em abono da verdade, o que foi feito e o que está a
ser feito são passos de gigante.
Os Açores têm um
Parque Marinho e parques naturais de ilha que assinalam já uma parte muito
interessante dos bens patrimoniais existentes. Ao mesmo tempo, os governos
estabeleceram e aumentaram a sua própria ambição no que diz respeito à área a classificar.
O objetivo neste momento ambicionado está em linha com o definido pela Comissão
Europeia no “Pacto Ecológico Europeu”.
Falta garantir
que as áreas tenham uma ainda melhor gestão e que essa gestão inclua uma
fiscalização mais incisiva, que ajude, por exemplo, a estabilizar o
empreendedorismo no turismo subaquático. Nada se faz de uma vez só e, por isso,
estou confiante que haverá uma boa sequência da estratégia que está a ser
implementada.
Neste momento,
através de uma parceria com o Waitt Institute e com a Fundação Oceano Azul
denominada “Blue Azores”, o Governo dos Açores, acompanhado pelos melhores
investigadores do Instituto Okeanos e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade dos Açores, tem uma equipa de especialistas a trabalhar na
temática das áreas marinhas protegidas.
Estou confinante,
mas não sou apenas eu. Os Açores foram recentemente classificados como “Hope
Spot” e têm áreas marinhas protegidas implementadas em conjunto ou mesmo por
pressão da comunidade piscatória.
Claro que tenho
de estar otimista e quero estar otimista, mas reconheço que ainda falta uma
parte grande de um percurso longo. Portanto, também no Dia Nacional do Mar, há
que arregaçar as mangas e fazer!
Frederico Cardigos é biólogo-marinho no Eurostat. As opiniões manifestadas neste artigo são totalmente pessoais e podem não coincidir com a posição oficial da Comissão Europeia.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 39: Com covid no Luxemburgo
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro – 38: Falar emigrante
sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 37: Tão importante como aprender a voar
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 36: Do inútil ao brilhante
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 35: A arte de cozinhar atum
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Crónicas do Voo do Cagarro - 34: Heavy Metal!
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
Voo do Cagarro - 33: Revolta!
Infelizmente, este artigo não é para celebrar esse prazer.
Este artigo é para fazer uma enfática recomendação: nunca, mas nunca
conduzir cansado. Adormecer nestas viagens, particularmente se decorrerem à
noite e em autoestradas monótonas, é uma contingência totalmente plausível quando
se dormiu mal ou bebeu um copito.
É muito melhor dormir, recuperar e depois continuar a fazer os quilómetros
que faltarem. Se isso implicar faltar ao trabalho, paciência. Se isso implicar
chegar atrasado para a ceia de Natal, que assim seja. Mas nunca, jamais!,
conduzir estrada fora sem estar em perfeitas condições para o fazer.
Uma das piores notícias que se pode receber é a da morte de um amigo.
Quando essa morte é acompanhada pela morte de metade da sua família, incluindo
dois filhos de um e quatro anos, perguntamo-nos qual o sentido da vida. Que
raio de justiça existe no mundo?!
Foi esta notícia que recebi há pouco. Aparentemente, o meu amigo forçou.
Conhecendo-o, aposto que forçou apenas um pouquinho, talvez para poder estar
mais tempo com os avós dos seus filhos… Não sei… Oxalá ele estivesse aqui para
me dizer o que aconteceu para não ter esboçado sequer uma travagem antes do seu
potente carro entrar por baixo de um camião que estava mal estacionado na beira
da autoestrada. Que revolta!
Evidentemente, o camião não deveria estar ali, mas o meu amigo não podia
ter adormecido ao volante. Não podia mesmo! E eu, que gosto tanto dele, estou
tão zangado! Apetece-me chamar-lhe todos os nomes de tão zangado que estou.
Mais do que isso, estou absolutamente triste por não o poder fazer. Queria
poder voar no tempo até aquela autoestrada na Áustria e falar com ele antes de
entrar no carro ou abaná-lo antes de ele adormecer… Não posso.
Aquilo que posso fazer é desejar com muita força que os restantes elementos
da sua família, que estão a lutar entre a vida e a morte, recuperem e que
recuperem com qualidade. Aquilo que posso fazer é escrever este artigo e gritar
para todos os que se querem aventurar na estrada: tenham cuidado e descansem. É
tão simples. Descansar. Parar o carro, correr até um hotel e passar uma boa
noite de sono. O mundo pode mesmo esperar. O mundo não pode mesmo é perder-vos!
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
O Voo do Cagarro - 32: Primeiras impressões no Luxemburgo
Quando me propuseram concorrer para um trabalho
no Luxemburgo, não fiquei propriamente radiante. O Luxemburgo tem a reputação
de ser um país frio, desinteressante e meio perdido no meio da União Europeia.
Errado!
Ao contrário do que muito me disseram, o
Luxemburgo é um país muito bonito e tem vida própria! Aquilo que me referiram,
quase em tom assustador, que era um país cinzento, em que não havia cultura e
vida social, está bem longe da realidade. Agora que conheço um pouco melhor,
recomendo a visita ao Luxemburgo!
É um pequeno país muito bem organizado, com uma
limpeza muito acima da média e em que as pessoas são, na generalidade, cordiais
e empáticas. Nos pucos dias que levo de Luxemburgo, já pude ver algumas
paisagens urbanas lindíssimas. Ao nível de Estrasburgo…? Não. Estrasburgo é
imbatível, mas está lá perto.
Socialmente, não é Bruxelas, em que tudo acontece
e com uma dimensão particularmente humana e humanista, mas também está lá
perto. Amiúde passo por exposições, por feiras e por espetáculos formais ou
improvisados. Aqui há vida endógena!
O país tem língua própria, mas, pelo que me foi
dado notar, poucos não-luxemburgueses a falam. Dizem-me que é uma mistura de
alemão com francês. Talvez seja um pouco parecido com o dialeto que se fala em
Estrasburgo. Não sei… Convivo com a comunidade internacional, que tende a falar
em inglês, e, se alguém por perto estiver a falar luxemburguês, penso que facilmente
confundiria com o alemão, idioma que também não domino de todo.
A língua de rua, aquela que usamos nas lojas e
para obter uma qualquer informação, é o francês. No entanto, vezes sem conta,
rapidamente me apercebi que os meus interlocutores falavam português. Para além
da comunidade portuguesa ser enorme, juntam-se brasileiros e cabo-verdianos. Na
cantina do local onde trabalho, a língua-mãe dos funcionários é o português.
Sinto-me um privilegiado por ter este código secreto para trocar impressões sobre
a comida do dia...
O preço da habitação é inacreditavelmente
elevado. Alugar casa é caro e comprar nem pensar. Adquirir habitação própria na
capital do Luxemburgo não é coisa para seres humanos. Para mim, não é!
Em contraste, aqui, os transportes coletivos
terrestres são gratuitos para todos. Ou seja, podemos ir da cidade mais
extrema, apanhar o comboio, chegar à capital, apanhar o tram até à paragem de
autocarro, seguir no autocarro até ao bairro mais distante e, nesse percurso
todo, não gastar um tostão. Para mais, os transportes estão limpos, perto do
imaculado, e respeitam-se os horários com pontualidade britânica. Um exemplo a
seguir!
Para mim, que tendo a andar mais de bicicleta, as
pistas dedicadas são totalmente aceitáveis e permitem circular por toda a
capital com segurança. Ao contrário do que tinha imaginado, não precisarei de
qualquer carro. Há comboios confortáveis de hora a hora para Bruxelas e por
preços que roçam o irrisório.
O Luxemburgo foi mais uma bela surpresa com que
me cruzei resultado das minhas opções laborais. Longe de estar arrependido por
ter concorrido, está a ser uma descoberta muito agradável.
Falta o
mar… Falta mesmo o mar…!
sexta-feira, 12 de agosto de 2022
Voo do Cagarro – 31: A aventura do conhecimento
Sinto que cada vez que aprendo
alguma coisa me torno mais feliz. Quando essa aprendizagem resulta de uma procura,
pesquisa ou experiência, o gosto é ainda maior. Provavelmente, um pedagogo diria
com maior propriedade, mas sinto que a aprendizagem que resulta de uma iteração
com uma enciclopédia, da conversa com quem sabe mais ou da aplicação do método
científico tem um sabor acrescido.
Há descobertas simples e passivas,
como as que resultam da descoberta de um enredo no final de um filme, e outras,
ultra-complexas, como as que resultam do percurso da investigação científica
dirigida. O êxtase da descoberta após longo e árduo trabalho levou inclusivamente
ao cunhar da expressão “Eureka!”.
Entre os dois extremos, entre a
descoberta passiva e a procura estruturada da verdade, há muito daquilo que nos
acontece no dia a dia e nos fascina, por vezes de forma deliciosa. Aquilo que
apelidei em tempos de “momentos perfeitos”.
Por vezes, colocamo-nos propositadamente
em modo de aprendizagem, mas sem seguir uma qualquer metodologia científica. Isso
acontece, por exemplo, ao entrarmos num museu. Estamos à procura de novas
informações, mas, muitas vezes, nem sequer sabemos o quê com precisão.
No meu caso, quando visito um
museu, tenho em vista, na maioria das vezes, preencher uma determinada falha no
conhecimento, mas, ao mesmo tempo, tenho também a expectativa de tropeçar em
outras pequenas ou grandes epifanias.
Quando, ainda menino, pela
primeira vez entrei no Louvre, em Paris, queria ver “A Gioconda”. Era o meu
único objetivo. Claro que fui esmagado pelos quilómetros de corredores com
muito do melhor que já fez a espécie humana e fiquei altamente desapontado com
a pequenez, escuridão e distância a que pude observar a obra de Leonardo da
Vinci. Tudo o resto era grandioso, transmitia emoções de diversa índole, tinha
histórias associadas que nos faziam sonhar, mas “A Gioconda”… Nada.
Outras vezes, o objetivo é
atingido com aquilo que chamo, inspirado no jogo da canasta, “o florão”.
Estamos à espera de algo muito bom e aquilo que sentimos acaba por estar muito
acima.
Lembro-me que, quando visitei o
museu do Vaticano, tinha como um dos grandes objetivos ver a “Capela Sistina”. Ao
chegar à capela fiquei imediatamente deslumbrado com o esplendor dos frescos de
Miguel Ângelo que embelezam o teto e que foram magnificamente recuperados. Até
aí, ainda poderia ser expectável. O que não esperava de todo é que um dos
monges presentes na sala começasse a cantar. Que bonito! Invadiu-me o coração
uma paz e uma tranquilidade sem par. A obra de arte, ou seja, a “Capela Sistina”,
ganhou uma dimensão inesperada. O conhecimento adquirido não é daqueles que viesse
a utilizar quotidianamente, mas a harmonia extasiada que senti foi-me muito
útil até para entender o que significam as palavras “paz interior”.
Cada vez mais, ao voar por aí
como um cagarro sem falésia, entendo o valor de viajar leve, contentando-me em
transportar pouco, a não ser o conhecimento e o acesso ao mesmo. Saber resolver
raízes quadradas, saber navegar usando as estrelas, ter a capacidade de
mergulhar por esse oceano adentro ou lembrar-me do som das notas da Aria das “Variações
Goldberg” de J.S. Bach. Esses são os verdadeiros prazeres que a vida me dá e,
de forma quase gratuita, pode dar a qualquer um.
Essa é uma das vantagens do tempo
presente. O conhecimento é cada vez mais acessível.
Quer aprender a pilotar um avião?
Descarregue um bom simulador no computador e, em poucos dias, estará a voar. É
fácil? Não! Eu já tentei e compreendi que, para pilotar a sério, mesmo num
simulador, é preciso estudar e treinar, mas é possível. Passar do simulador
para o mundo real custa dinheiro, muito dinheiro, é certo, mas a fase 1 desse
processo está a uma vontade de distância.
Quando morremos, nenhum dos
objetos que colecionámos na vida irá connosco. Há quem diga que o conhecimento
e as memórias da vida na Terra flutuarão misteriosamente com a nossa alma em
locais etéreos como o paraíso ou o purgatório. Não acredito nisso, mas não
tenho provas que o possam negar.
Tenho a certeza, porém, de que, após
a morte, restarão de nós as memórias que cultivámos nos restantes. É por isso
que artistas, como os que mencionei acima, estarão sempre connosco. Souberam
gerar memórias que perdurarão enquanto houver inteligência para as apreciar. Saibam
as pessoas de bem procurar estas obras, apreciá-las e conservá-las, garantindo
que estarão disponíveis para as gerações seguintes.
Que se perpetue a aventura do
conhecimento!
sexta-feira, 29 de julho de 2022
O Voo do Cagarro - 30: Adeus facebook
Na segunda-feira percebi que, no dia anterior, tinha recebido uma mensagem email do facebook informando-me que alguém, usando abusivamente um meu antigo endereço de correio eletrónico, tinha entrado na minha conta a partir da cidade de Hanói. Segui as instruções sobre uma intrusão abusiva protegendo a minha conta com uma nova palavra-passe.
Pouco depois, fui informado que tinham sido publicados
conteúdos não autorizados e, por essa razão, a minha conta estava suspensa. Pior,
informavam-me que a minha conta não tinha sido pirateada. A mesma empresa que
me tinha dito que havia uma entrada a partir de Hanoi, informava-me que não
tinha sido alvo de pirataria…
Sem sucesso, tentei, através das poucas ferramentas ainda disponíveis,
entrar em contacto com os gestores e resistir. Sem seres humanos como
interlocutores, como explicar à máquina que se ela me informou que houve uma
entrada abusiva então os conteúdos, provavelmente, seriam dessa pessoa e não
meus, que vivo bem longe do Vietname? Nada a fazer, até porque não consigo
entrar na minha conta para verificar o que lá se passa.
Quase em simultâneo, recebi uma informação da Meta (empresa que
detém o facebook) referindo que o anúncio que eu desejava publicar no facebook tinha
sido aprovado. Mas eu não tentei publicar qualquer anúncio!! Mais uma vez, como
explicar à máquina que me bloqueia qualquer tentativa de comunicação afirmando,
laconicamente, que a minha conta se encontra em revisão?
Na quinta-feira, fui informado que o anúncio, aquele que eu
não pedi e que nunca vi, me tinha custado 0,64 euros. Inacreditável… Nessa
curta e lacónica mensagem email afirmavam que tinha sido usado um cartão de
crédito cujo número não reconheci, pelo que, segundo me parece, não foi a mim
que debitaram.
Tentei vasculhar a internet sobre como comunicar de viva-voz
com alguém da máquina faceboquiana e nada. Não há solução. Pelo caminho
encontrei numa antiga notícia de jornal um endereço email que deveria funcionar.
Escrevi e fiquei sem resposta.
Sendo que o ataque já incluía o eventual roubo, pedi que
amigos com contas ativas comunicassem com o facebook para explicar o que se
estava a passar. Solidariamente, escreveram, mas os meus amigos também não
tiveram resposta.
Não o conseguindo fazer através do facebook ou messenger,
consegui, depois de algumas tentativas, entrar na minha conta do instagram. Eliminei-a
de imediato. Menos um problema potencial com a Meta (que também é dona do
instagram).
Por tudo isto, logo que o consiga, não está fácil…, irei
eliminar a minha conta do facebook. Compreendo agora que não ter um ser-humano
disponível para falar é uma falha grave. Esta Inteligência Artificial é muito
limitada para o meu gosto… Aqui fica uma sugestão para uma futura regulação
desta atividade: Sugiro que se inibam as plataformas informáticas e redes
sociais que não tenham seres-humanos no serviço de apoio ao cliente.
Tenho pena porque era também através do facebook que ia
tendo notícias do Corvo e do Faial, particularmente das pessoas com quem não
comunico tão amiúde. Era no facebook que ia lendo a opinião de muitas pessoas
válidas que, infelizmente, não têm presença nos órgãos de comunicação social
formais. Também, em momentos desagradáveis da minha vida, foi através do facebook
que consegui fazer algum contrapeso relativamente a notícias horríveis que
circulavam na comunicação social. Por outro lado, a intolerância e a
desinformação que grassam no facebook são fatores de peso para que não fique assim
tão triste...
A partir de agora, quem quiser comunicar comigo pode sempre
usar os métodos mais tradicionais. Mas não através do facebook, messenger ou instagram.
Acaso haja alguma publicação desagradável em meu nome nestas plataformas, as
minhas desculpas, mas não fui eu…
Pelo que me toca, adeus facebook!
Frederico Cardigos é biólogo-marinho no Eurostat. As opiniões manifestadas neste artigo são totalmente pessoais e podem não coincidir com a posição oficial da Comissão Europeia.
sexta-feira, 15 de julho de 2022
O Voo do Cagarro - 29: Vasco Cordeiro, Presidente do Comité das Regiões Europeu
sexta-feira, 1 de julho de 2022
O Voo do Cagarro 28: Conferência das Nações Unidas para os Oceanos em Lisboa
Imagem da abertura da Conferência dos Oceanos em Lisboa.
Foto: F Cardigos
nevitavelmente, desafios com consequências nas atividades extrativas e mesmo contemplativas. Vai ser difícil, mas é um compromisso assumido e que terá de ser cumprido. É um dos contributos que os Açores terão de dar para o mundo. Começámos bem, com o estabelecimento dos Parques Naturais de Ilha e o Parque Marinho dos Açores, mas esses eram apenas alguns dos passos iniciais. Reconheço o empenho dos sucessivos governos dos Açores, mas temos de fazer mais e melhor. Dou a maior força!